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Sábado,
6/3/2021
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Tiro ao alvo
Tiro ao alvo também é filosofia Não adianta esquadrinhar um trajeto fixo Para se acertar todos os alvos
Em cada disparo há uma história, Um percurso apropriado
Assim como na matemática Infindas equações nos pululam Para o mesmo resultado
O pensamento há de ser Correto, na justa medida Para a palavra Certeira
Não me perguntes como mas tem que se mirar com o coração...
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Postado por Metáforas do Zé
6/3/2021 às 13h25
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A TETRALOGIA BUARQUEANA
Noel Rosa, cognominado "o filósofo de samba", recebeu, post mortem, o título de Comendador da Ordem do Mérito Cultural, por suas composições musicais. Chico Buarque de Holanda, a seu turno, foi o vencedor do Prêmio Camões que equivale ao Nobel, só que da literatura dos países lusófonos.
São dois gênios, um já falecido, o outro não. As composições de ambos são em verdade clássicos da música popular brasileira e os clássicos, como se sabe, não têm idade, jamais envelhecem.
Isto, porém, não sucede com os autores sobre os quais incide a ação devastadora do tempo.
Chico Buarque de Holanda, agora idoso, parece que já se encontra contaminado pela proximidade do fim. E veio construindo, pouco a pouco, em largos intervalos, quatro composições musicais que vieram a constituir o que chamei de tetralogia buarqueana.
Na primeira dessas músicas, "Hoje é dia de visita", ele visualiza a pré-morte. Trata-se de um personagem que, sofrendo de Alzheimer, pensa que todo domingo chega uma moça toda linda para vê-lo. Ele imagina que foi muitas coisas importantes na vida e há um refrão recorrente: ”veio a vida e me levou”.
E no desfecho ele murmura: hoje não tive visita, acho que não tive almoço, acho que o moço nem me lavou, acho que esqueci o meu nome, acho que tudo acabou...
Na segunda, "Nina", é a morte metafórica, ilustrada na expressão - fecho os olhos e tomo alguma vodca e vou”...
Na terceira, "Tua cantiga" ele fala expressamente na morte, ao escrever - quando o nosso tempo passar ... e eu não estiver mais aqui, lembra-te minha nega dessa cantiga que fiz pra ti.
Na quarta música "A moça dos Sonhos" é o pós-morte que Chico focaliza, escrevendo: Há de haver algum lugar num remoto casarão onde os sonhos serão verdade e a vida não...Se eu pudesse achar ali meu amor, não voltava jamais...
São todas elas músicas e letras maravilhosas, lindíssimas. Profundas, de um quase delírio de clarividência e de lucidez.
Essa, a marca matricial, com o timbre da genialidade de um Chico Buarque m plena floração como na juventude. Sob tal prisma, por assim dizer, Chico, já um senhor de idade, rejuvenesceu.
Ayrton Pereira da Silva
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Postado por Impressões Digitais
5/3/2021 às 15h00
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Bom de bico
O bico há de ser mais duro que a casca, senão o ovo não se parte, e o pinto fica pra semente...
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Postado por Metáforas do Zé
4/3/2021 às 07h44
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Diário oxigenado
A falta Dela é sua própria presença. A diferença da atualidade em que me encontro para minha juventude, é a de que, quando jovem, foi preciso procurar consumá-la na própria falta que Ela me fazia. Hoje, quando sinto o vácuo de sua ausência, já sei que é o vazio do Côncavo que dá seus fundos aos altos do Convexo, por isso não procuro como dantes saciar-me em sua presença, jamais alcançada, a olhos vistos. Saudades então não passa de lantejoulas dessa roupa de gala a comemorar um momento perdido… Preciso pois, para tanto, ordenar-me na pós formatura dessas faculdades mentais, transformando-me constantemente presente, apesar de visivelmente ausente, em todos os cômodos da casa, do corpo e da alma (ou quiçá esta mesma, de forma condensada) qual o próprio oxigênio… Pois tudo é uma questão de clima, não mais de paisagem...
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Postado por Metáforas do Zé
3/3/2021 às 12h24
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Canção corações separados
Composição: junho de 1967, (meu primeiro poema), estudante do Colégio Estadual de Bananeiras Pb.
Pediria a todos que estão a me ouvir; Não querendo iludir quem estar a me escutar, Fiquem atentos prestando atenção, Nessa história, que tenho pra lhes contar.
Um certo dia ao abrir a minha porta, Já quase morta uma mulher encontrei, Ela chorando, fez sinal para ajudá-la, Eu entendi e junto a ela fiquei.
Tratei-a como se fosse um amigo, Um bom abrigo, para ela reservei; Até que um dia, olhando a sua face, Não resistindo, por ela me apaixonei.
Ela sabia que eu já lhe amava, Assim também por mim tinha paixão, Mas um amigo que eu tinha invejava, E odiava aquela nossa união.
O falso amigo iludiu a minha amada; Ela forçada por essa sedução; Foi-se com ele embora pra bem distante, Deixou-me agonizante, quase morto de paixão.
Por sua causa, me tornei um vagabundo, Tornei-me imundo e comecei a beber; Para esquecer as mágoas e as tristezas; De sua beleza eu jamais hei de esquecer.
Se hoje sofro, pelo mundo amargurado, Apaixonado por alguém que não me quer; Há um ditado: "quem espera sempre alcança", Estou cansado de esperar essa mulher.
E aqui termino com tristeza e com saudade, Toda maldade que ela me causou, Mas se um dia ela voltar novamente, Juro por Deus; não lhe darei, meu amor.
Junho de 1967 Feitosa dos Santos
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Postado por Blog Feitosa dos Santos - Prosas & Poemas
2/3/2021 às 14h14
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Relógio de pulso
Enquanto a vida corre, o escrevinhador se enche de palavras, para dispersá-las precipício abaixo assim como as águas entre quedas e corredeiras. Inexorável clepsidra de pulso, do poeta…
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Postado por Metáforas do Zé
1/3/2021 às 16h33
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Centopéia perambulante
Fazer pose ou se preparar, não o levará à lua, mas a lua ao teu encontro o vislumbrará, acaso ao acaso te encontrar
Pouco importa o meio de transporte, fechado dentro do próprio círculo, ou expandido em tua própria esfera. Bolha doce bolha, oxigenada atmosfera...
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Postado por Metáforas do Zé
1/3/2021 às 15h19
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Fio desemcapado
Apesar de toda leitura, conhecimento...
a noite perdura mesclada de medo
A lâmpada é um curto-circuito assistido...
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Postado por Metáforas do Zé
27/2/2021 às 17h10
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Verbo a(fiado)
Escrevo porque me inscrevo ao avesso do contexto
Quando escrevo desfolho o trevo,
desmorono palavras, me desvaneço
Escrevo simplesmente para abrir o cerco
Palavras tão somente palavras
que se rendem ao que me presto...
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Postado por Metáforas do Zé
27/2/2021 às 16h55
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Janelário
De que vale tantas janelas se de uma delas não se concebe vários ângulos entrevistos
Uma janela vos basta, eis que todas elas dão vista para a mesma praça...
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Postado por Metáforas do Zé
24/2/2021 às 11h17
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Julio Daio Borges
Editor
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