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Quarta-feira, 19/11/2008
Comentários
Djabal

Schopenhauer e Borges
Não de se desprezar o fato de ele ser admiradíssimo pela forma de escrever, e pelas suas reflexões, por ninguém menos que Jorge Luis Borges. Que o coloca como indispensável. E este parece ser um dos homens que leu tudo...

[Sobre "Arthur Schopenhauer, por Oswaldo Giacóia Júnior"]

por Djabal
http://havesometea.net/nonliquet/
19/11/2008 às
08h03 201.27.130.236
 
menos incenso e mais senso
Também fiquei com a mesma impressão do filme. O filósofo do samba, como ele é chamado, foi injustiçado. A obra musical dele é magnífica. Bem-humorada e com requintes fantásticos. Conseguiu cantar o prepúcio... Com leveza e picardia. Ele e o Cartola precisam de menos incenso e mais senso.

[Sobre "Noel — Poeta da Vila"]

por Djabal
http://havesometea.net/nonliquet/
18/11/2008 às
15h22 201.27.130.236
 
Professor vs. Escritor
A entrevista é um primor. Sou leitor do Miguel desde o princípio. Ele tem uma característica particular na escrita. Aquela que grava em nossa memória determinadas cenas. E assim tornadas inesquecíveis, nos aproximam nosso desejo ao último lançamento. Tornando essa corrente de muito proveito para a literatura e o gosto do leitor. Suas idéias são sensatas, de professor, mas é como escritor que ele se mostra 'ibérico' e apaixonado. Assim, apaixonante. Parabéns.

[Sobre "Miguel Sanches Neto"]

por Djabal
http://havesometea.net/nonliquet/
18/11/2008 às
15h13 201.27.130.236
 
Basta subir à Rede
Essa revolução silenciosa deverá tirar muita gente do sofá, e incentivá-las a se integrar nesse movimento. Apesar do ambiente; seja universitário ou empresarial, político ou religioso. A integração da informação instantânea ao nosso cotidiano está fazendo essa revolução mencionada. Quer um exemplo? Se você é instigado a ler uma história que se passa na Birmânia, no período que abrange os dois últimos séculos, haverá uma grande chance de decepção com algumas ou todas as descrições. Qualquer descrição exige algum conhecimento prévio para organizar a sua mente. Certo? E como fazer? Algum tempo atrás, nada poderia ser feito a não ser uma viagem ao lugar e "viver" a história. Hoje você, eu, quase todos temos acesso ao lugar, ao tempo e às imagens que foram arquivadas. Basta subir à rede. Antes isso servia apenas para incentivar o levantador ou atacante da equipe de vôlei. Hoje todos podemos subir à rede. O ar blasé não está com os dias contados. Mas quase todo o resto está.

[Sobre "Autopublicação na prática"]

por Erwin
7/12/2006 às
09h10 200.207.119.199
 
O alfaiate maravilhoso
Mia Couto de fato é um grande alfaiate. Costurou de forma maravilhosa um Moçambique totalmente fora do nosso imaginário. Belo, sonhador, apesar de todas as mortes, todo o sofrimento, a herança é admirável. A sua obra nos apresenta um sentido diferente da morte, portanto um sentido diferente da vida, os dois fatos imbricados num limiar intangível, onde tudo se passa como aquela água do rio. Sempre passa. Uma grande entrevista. Parabéns.

[Sobre "Mia Couto revisitado"]

por Erwin
15/9/2006 às
08h18 200.207.119.199
 
Não se culpe pelas críticas
"Benditos os que não confiam a vida a ninguém" (Fernando Pessoa). Tenho lido, sentido, visto e observado que o escritor é alguém que se descobre ao escrever. E dessa forma não se importa nada em não ser lido ou ser considerado. A veia da literatura não é muito extravagante, ela é tímida e envergonhada. Talvez agorafóbica. Alguns escritores só foram considerados após a sua morte, enquanto vivos, apenas alguns os conheciam. E, via de regra, pediam que sua obra fosse desconsiderada ou mesmo destruída, por ser inútil. Por desalento. Por inutilidade. Escrever é um ato solitário. Uma descoberta que está fadada ao descrédito. Um ponto de vista singular que para encontrar o possível -- impossível paralelo: as palavras teriam que ter asas como idéias -- teria que não haver língua e talvez literatura. Não se culpe pelas críticas. Positivas ou negativas. Elas são sempre bem vindas, pois somos -- cada vez essa é a prática -- leitores de nós mesmos. Elas são é incompreendidas. Todo o resto é uma barganha.

[Sobre "Autores novos reloaded"]

por Erwin
17/5/2006 às
08h09 200.207.119.199
 
O homem que não estava lá
É um gostoso desafio assistir ao filme. Ele cumprirá todos os seus objetivos, e atenderá a todos os gostos. Quem gosta de romance, encontrará. Quem aprecia uma história policial, também. Entretanto uma reflexão para os dias de hoje também se revela ao espectador especulador. Desafio que se inicia com um Crime e Castigo, que passa por um Vermelho e o Negro e desemboca no Match Point. Apreciamos ao longo do tempo a uma nova maneira de lidar com a culpa. Aquele que se mortifica por uma culpa – no século dezenove - e que é ao mesmo tempo consumido por ela, sem ter mais paz de espírito, vai involuindo até chegar ao século vinte e um, onde a vida vale um pastel, ou um pouco mais que isso. O realismo de um Stendhal ficou substituído por um pós-moderno bem mais sórdido e cínico. Recebemos pelo preço de um ingresso a uma lição inesquecível do quanto é bela a arte e feia a vida. Talvez não haja mais espaço para o sonho de Kafka.

[Sobre "Digestivo nº 267"]

por Erwin
23/2/2006 às
18h41 192.168.133.47
 
O Digestivo é um periscópio
O Digestivo é para nós um periscópio. Periscópio diferente, talentoso que dá uma visão diferente das coisas, descomprometida, com um giro possível de trezentos e sessenta graus. Os demais existentes têm ângulos limitados ou já conhecidos, recorrentes. O talento está na escolha. Escolher aquilo em que o tempo limitado de todos deve ser investido, enriquecido. Ler sobre os grandes eventos comentados por todos é uma repetição e só é válida se for uma mentira. Ler sobre alguns eventos, escolhidos por algum critério (que chamei de talento) é outra coisa. Essa "coisa" que nos faz leitores fiéis. Quanto mais acertada a escolha mais crescerá a legião de leitores. Todos nós esperamos por isso. Todos nós compreenderemos as dificuldades de tempo e de escolha, pois também temos as nossas.

[Sobre "Aos assessores, divulgadores, amigos até, e afins"]

por Erwin
16/12/2005 às
07h41 200.207.119.199
 
Panorâmica
Uma visão panorâmica. Que texto! Admiravelmente bem construído, medido, pesado e contado. Um festim digno de Baltazar. A música assim como a literatura tem seus acentos. Para aquele que é ouvinte costumeiro é mais ou menos fácil distinguir um autor do outro, melhor escrevendo, um tipo de música de outro. Cada nacionalidade tem seus cacoetes próprios. Alguns são inconfundíveis: Beethoven é um deles, Debussy é outro, Mozart e Bach também. Vários autores, críticos, escritores falam sobre eles, apontam critérios, ousadias, avanços e retrocessos. Gostaria de acrescentar - não muito - o prazer estético. É indescritível. Ouvir o quarteto #132 ou a 9ª Sinfonia é uma dádiva. Tentem. O Celibidache não permitiu durante toda a sua vida (longa, mas breve) que ninguém fizesse nenhuma gravação de seus recitais. Não conseguia imaginar o porquê disso, até ouvir essas que mencionei ao vivo. É indescritível a sensação. Não dá para se escrever o que isso faz no ouvinte, é paralisante. Tão paralisante quanto o texto, na forma e no conteúdo. Infelizmente temos que deixar a germanidade de lado, pois não ouvimos o Thomas Mann que na época adequada e arriscada escreveu para quem quisesse ler: “... é mesmo o que define a germanidade, um estado de alma ameaçado de quimeras, do veneno da solidão, de um provincialismo boçal, de maranhas neuróticas, de silencioso satanismo...”; e agora é tarde.

[Sobre "Beethoven"]

por Erwin Maack
10/10/2005 às
17h17 200.207.119.199
 
Mínimo múltiplo comum
Schonpenhauer, Nietzsche, Mencken, e Paulo Francis, têm algo em comum? É o que resta ser respondido, não apenas pelo temperamento deles. Mas pelo conteúdo de sua obra. Na provocação de comparar o artista que vende sua obra com uma prostituta. Na coragem de navegar contra a corrente, apesar dos inimigos que foram acumulando ao longo dos anos. Na coragem de criticar com arrogância desde que o sentimento fosse verdadeiro. Na coragem de se mostrar como se é, derrubando a fronteira entre o público e o privado. Mostrando que a felicidade só é verdadeira se completa. E como não pode ser completa jamais será verdadeira. Sou obrigado a escrever que seu artigo é majestoso. Na forma e no conteúdo.

[Sobre "Schopenhauer sobre o ofício de escritor"]

por Erwin Maack
8/9/2005 às
10h52 200.207.119.199
 
Tenhamos paciência
Creio que o tédio contamina, contagia. A perspectiva na qual é abordada a política cotidiana é muito diferente daquela que gostaria de ver abordada. Creio que há um desvio fundamental em tudo isso. Despertar interesse pela política quando se pega alguém com a “boca na botija” é muito pouco para todos nós. Isso é algo corriqueiro, a sociedade controlar o uso dos seus recursos que, afinal de contas, sai de seu trabalho, suor e lágrimas muitas vezes. Nem sempre são de crocodilo. Errou? Substitua-se. E vamos para o próximo. Vamos em frente, temos um governo para tocar. Certo? Não, ficamos “patinando” em cima do assunto. Patinando continuamos. As apurações demorarão anos e anos, e já temos prática nisso. Nada acontecerá. Absolutamente nada. O castigo será o de ser afastado temporariamente. Gostaríamos de ter uma política de governo que apontasse para algum lado real e efetivo. Nada. Eu acredito que temos uma falta absoluta, absurda de lideranças. Lideranças com uma visão de Estado, que tenha a coragem de dizer que temos quinhentos anos de acúmulo de problemas que só serão resolvidos por mais cinqüenta anos de ataque direto, constante, cotidiano, cansativo e persistente. Que as vaidades pessoais deveriam ser deixadas de lado e se recompensasse o trabalho efetivo com votos, na medida da lei. Qualquer orientação política serviria apenas para dar ajustes e correções de rota, assim como quando fazemos um orçamento. O previsto jamais será igual ao real. Mas... a realidade é essa que seu artigo muito bem lembrou. Temos o instinto de sobrevivência tão aguçado pela injustiça que também não temos paciência pra mais nada, a não ser punir violentamente e verbalmente, punir e punir, sem perceber que sempre foi assim, e que só deixará de ser lentamente. O movimento social se aperfeiçoa com a educação e ela só virá daqui muitos anos. Muitos anos. Tenhamos paciência. Troque as peças e governe. Coloque os holofotes sobre a educação. Simples, não? De falar, é. E de fazer?

[Sobre "Lula, PT, essas coisas..."]

por Erwin
26/8/2005 às
08h49 200.207.119.199
 
O escritor é uma fatalidade
Não ficarei apontando outros mais, apenas finalizo com Thomas Mann, que foi citado como exceção. Eu ousaria dizer que é a regra, não a exceção. Escrevo isso porque é em sua obra que o escritor diz algumas verdades, em qualquer outra situação ele finge (Fernando Pessoa). E no seu “Fausto” ele mostra o que o escritor está disposto a fazer para encontrar suas respostas, e mais; do quanto ele precisa desse conforto espiritual para criar. O personagem (escritor de sucesso, expoente mesmo) tem duas pessoas que cuidam dele em tempo integral. São admiradoras da sua obra que se privam de seus interesses para cuidar daquele ser. Tentei acrescentar um outro ângulo para ser observada a questão. Mas a grande verdade é que a literatura precisa de pessoas que a sirvam, ela não conseguirá servir a ninguém. Para conseguirmos alguma coisa dela, para encontrar a nossa resposta, temos que nos dedicar integralmente, e, para conseguirmos isso, temos que ter um ambiente criativo, que é dado por aqueles que convivem com ele. Portanto quase poderíamos dizer que um grande escritor é uma fatalidade. Ah, e a matéria? Ah a matéria... não existe.

[Sobre "Não existe pote de ouro no arco-íris do escritor"]

por Erwin Maack
1/8/2005 às
08h48 200.207.119.199
 
Não será o contrário?
"O escritor é aquele solitário. Eu não sei qual é meu leitor e não me submeto à posição de procurá-lo" (Autran Dourado). Pelo que tenho observado a literatura é uma espécie de loucura. Assim como a leitura, uma loucura mansa. Ninguém jamais conseguirá viver da literatura. Ela é que vai tomando conta do escritor de uma maneira, a princípio, sub-reptícia, que vai num crescendo até uma dominação completa, absoluta e absurda. Talvez exista um escritor no fim do arco íris? O escritor é uma pessoa que tem noção de que procura o impossível, mira o infinito por muitas e muitas horas e por conta disso vive num êxtase completo. A indagação cuja resposta está oculta sob o véu de Maya é tão avassaladora que nada mais tem importância, a não ser a resposta. Resta saber quanto tempo levará para encontrá-la. Mesmo sabendo que ela será superada por outra mais adiante. Mesmo sabendo que não existe uma única resposta. Se observarmos a vida dos Grandes podemos tirar algumas conclusões que servirão para nos dar algum guia nessa noite escura. F. Kafka trabalhava numa companhia seguradora e cuidava dos acidentes do trabalho, ou algo similar. Vivia num ambiente inóspito e encontrou as suas respostas graças ao aconchego de seu amigo, sua irmã, e sua noiva de longos anos. Todos eles cuidavam de Kafka, e cuidar significa dar conforto, incentivo e deixar o homem em paz para escrever. James Joyce era professor de línguas em Trieste, achou no ensino da língua uma maneira de sobreviver. Mas a verdade é que a literatura tomou conta dele, encontrou alguém (sua esposa) que lhe deu conforto espiritual e incentivo para escrever e foi disso que viveu. Marcel Proust, filho de um grande médico sanitarista, jamais teve problemas com a vida material, viveu sob o internato da Literatura e sob as ordens de uma governanta que não sabia bem o que ele fazia, mas sabendo do prazer que ele encontrava nisso, ajudou-o como ninguém. Teve um grande suporte do seu motorista, e conviveu com muitos, mas poucos amigos. Queria a distância para poder encontrar a sua resposta. A proximidade não se conjugava bem com isso. Machado de Assis, com a história que todos conhecemos encontrou em sua esposa a fartura de sentimentos que precisava para escrever. O apoio e o incentivo que cuidou dele durante toda uma vida. Adquiriu uma estabilidade emocional que permitiu que conseguisse mostrar as grandes verdades que o cercavam e que nós não teríamos condições de ver. Por isso é grande, até hoje.

[Sobre "Não existe pote de ouro no arco-íris do escritor"]

por Erwin Maack
1/8/2005 às
08h44 200.207.119.199
 
Apenas como acréscimo
Li um texto do Salman Rushdie que mostra um ângulo inusitado, para mim, do assunto e que imagino poderá contribuir para clareza desse tema. "A indústria da cultura, nas décadas seguintes, tomaria o lugar da ideologia, passando a ser 'primária' no sentido em que a economia costumava ser, gerando toda uma nova 'nomenklatura' de comissários culturais, uma nova raça de burocratas em grandes ministérios de definição, exclusão, revisão e perseguição, e uma dialética baseada no novo dualismo de defesa e ofensa. E se a cultura era o novo secularismo do mundo, a nova religião era a fama, e a indústria, ou melhor, a seita, da celebridade atribuiria função significativa a uma nova 'ecclesia', uma missão proselitista projetada para conquistar essa nova fronteira, construindo seus resplandecentes veículos de celulóide e seus foguetes de raios catódicos, desenvolvendo novos combustíveis a partir de fofoca, fazendo voarem os Escolhidos até as estrelas. E para preencher os requisitos mais sombrios da nova fé, havia sacrifícios humanos ocasionais e vertiginosas quedas de asas queimadas."

[Sobre "Sobre nossas ambições (equivocadas) de mass media"]

por Erwin
18/7/2005 às
17h18 200.207.119.199
 
Pergunta melhor que resposta
Não entendo nada, continuo sem entender. Porém, sempre há um porém, felizmente; naveguei, naveguei, naveguei por duas horas e consegui saber do que se está falando. Abriu-se a porta de outro mundo, de outro modo, de outra língua e a visão se expande. Passamos a ver as coisas com trezentos e cinquenta e nove graus de ângulo. Falta um só, que suponho sermos nós mesmos. Será?

[Sobre "Itinerário de leituras on-line"]

por Erwin Maack
2/7/2005 às
10h32 200.207.119.199
 
Julio Daio Borges
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